domingo, março 11, 2007

"Superando as desigualdades, lutando por um Brasil Cidadão! - DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES


Nós mulheres brasileiras, guerreiras da luta cotidiana, construtoras de nossa história, rompendo as cadeias da dominação e o peso secular da opressão social, política, econômica, cultural e familiar conquistamos novos espaços. Ampliamos nossa participação no mercado de trabalho, nos espaços de poder e nos movimentos sociais, sindicais e populares e mudamos nosso papel na família.

Neste momento de globalização, neoliberalismo e precarização do trabalho, somos protagonistas de mudanças, de um novo ciclo histórico — apostamos na esperança e no compromisso social para a construção de um Brasil mais justo e igualitário. Já somos 43,9% no mercado de trabalho. É o resultado da queda da fecundidade, da expansão da escolaridade, do aumento do número de famílias chefiadas por nós, da mudança em nosso papel social, cada vez mais voltado para o trabalho fora de casa. No entanto, ainda trabalhamos entre 22 a 90 horas semanais considerando a dupla jornada de trabalho!

Persistem as discriminações no campo do trabalho, as desigualdades salariais e a dupla jornada, somos discriminadas na vida social, nas relações de gênero e nas relações étnico-raciais. Ainda exercemos predominantemente as atividades do setor serviço; representamos 80% entre professores, nos serviços de saúde, entre as comerciarias, cabeleireiras, manicuras, funcionárias públicas, e predominamos no serviço doméstico remunerado, primeira ocupação das mulheres brasileiras. São negras cerca de 56% das domésticas e recebem rendimentos mais baixos. Em geral nós mulheres trabalhadoras temos remuneração mais baixa, 40% menos que os homens, elevada jornada de trabalho, pouca qualificação e baixa proteção social.

Continuamos sendo vítimas da violência de gênero e racial que se expressam de várias formas, constituindo um problema social e de saúde pública. A cada 4 minutos ocorre no Brasil um caso de agressão física contra a mulher e, no mundo, de 15 a 30% das mulheres, pesquisadas pela OIT, foram assediadas sexualmente e, uma a cada doze delas, teve que abandonar o trabalho!

Ainda é difícil o acesso aos serviços de saúde e não alcançamos o atendimento adequado e integral, em especial em relação às doenças preveníveis como o câncer de colo e de mama, o HIV, a maternidade, em particular a não planejada, e ao aborto que leva à morte milhares de mulheres a cada ano. Somos 62% das internações hospitalares e 2/3 dos usuários de medicamentos controlados!

Nossa imagem social que é representada e divulgada nos meios de comunicação, nos livros didáticos e nas relações sociais cotidianas, desvaloriza e dificulta a construção de nossa identidade como ser humano sujeito de nossa cidadania e de nossa história.

Em especial, neste 8 de março, nós mulheres,

Reafirmamos o nosso apoio político a um Projeto Nacional comprometido com a emancipação da mulher, neste novo momento da história brasileira.

Reafirmamos nossa luta pela igualdade de oportunidades e por condições de trabalho; pelo fim da violência de gênero e racial e todas as suas expressões em nossa sociedade, como o assédio moral e sexual; por uma saúde integral e qualificada que considere as singularidades de gênero, de raça, de geração e de classe; por uma imagem social no campo da educação e nos meios de comunicação que reflita a mulher cidadã e trabalhadora.

Defendemos a melhoria e ampliação de Políticas Públicas de Gênero:

- que garantam maior qualidade de vida para nós mulheres, principalmente as trabalhadoras e de setores populares, respeitando as especificidades e, contribuindo assim, para reduzir as desigualdades que enfrentamos em nosso viver cotidiano;

- que combatam a dupla jornada de trabalho e favoreçam o pleno emprego da mulher e melhore as condições de trabalho e salário;

- que garantam mecanismos para uma maior participação da mulher no âmbito do poder político;

- que combatam todas as formas de violência contra a mulher e amplie as Delegacias de Atendimento Especializado e os Centros de Referência para atendimento às mulheres vítimas de violência;

- que garantam às parturientes, acompanhante nas maternidades e que as mesmas sejam estruturadas para tal, tanto em espaço físico como na formação dos profissionais de saúde;

- que ampliem os preceitos legais para a realização do aborto, respeitando o direito de decidir das mulheres.

Enfim, Políticas Publicas de Gênero como:

"direito de todas e dever do Estado" para garantir a qualidade de vida, os direitos e liberdades para cumprirmos o nosso histórico papel na busca da verdadeira emancipação.

Viver nossas diferenças com direitos iguais!

Viva o Dia Internacional da Mulher!!

União Brasileira de Mulheres - UBM

http://www.ubmulheres.org.br


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